KIA TEM PASSE LIVRE PARA PRODUZIR NO BRASIL

KIA TEM PASSE LIVRE PARA PRODUZIR NO BRASIL
Justiça libera marca coreana de dívida bilionária da Asia Motors e abre portas para nova fábrica no país
por ALINE MAGALHÃES



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05/09/2013 09h31 - atualizado às 09h31 em 05/09/2013
Kia Picanto (Foto: Oswaldo Palermo)
KIA PICANTO (FOTO: OSWALDO PALERMO)
O Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu uma sentença que concede ganho de causa à Kia num processo que ameaçava a montadora a herdar uma dívida bilionária da extinta Asia Motors do Brasil (AMB). A decisão compreende que não há responsabilidade da montadora por ações do grupo asiático no Brasil, que operou por aqui na década de 1990.
O caso, que já se arrastava há 12 anos no judiciário, é motivado por uma dívida da AMB junto à União. Em 1996, a empresa se comprometeu a construir uma fábrica em Camaçari, na Bahia, em troca de benefícios fiscais para a venda de seus veículos, muitos deles utilitários, como a Tonwer e a Besta. Estes automóveis eram importados da Ásia, com o auxílio da Asia Motors Corporation. Por conta de uma crise financeira, o grupo foi adquirido pela Kia em 1999 (daí o envolvimento da montadora). A construção da fábrica nunca aconteceu, o que fez com que o governo gerasse a dívida de cerca de R$ 2 bilhões, referentes aos benefícios concedidos e multas.
"A sentença reconhece que a Kia não tem qualquer relação com as fraudes da AMB e mostra que a empresa é seria e comprometida com o Brasil", afirma Fabiano Robalinho, advogado da marca. Segundo ele, não cabe mais recursos no processo e a sentença é definitiva. "A Kia foi tão vítima da fraude quanto o governo brasileiro. A AMB tem uma dívida de R$ 475 milhões com a fabricante, o grupo não pagou pela maioria dos carros que comprou da Kia", ressalta.
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Hora da virada
Em abril deste ano, o presidente da Kia no Brasil, José Luiz Gandini, afirmou a intenção de erguer uma fábrica em território nacional. "É certeza absoluta que teremos uma fábrica no Brasil", afirmou executivo, durante o lançamento do novo Cerato. "Ainda não sabemos se será uma fábrica sob comando da Kia Motors Corporation, do Grupo Gandini ou fruto de uma joint venture", disse.
Agora, com isenção da dívida, cresce a possibilidade da própria Kia Motors injetar dinheiro para a construção da unidade fabril. "A vitória dá mais segurança jurídica para a montadora produzir no país", pondera Robalinho. Em contato com a assessoria de comunicação da Kia (Grupo Gandini), a marca informa que já está em contato com a matriz sul-coreana para definir a questão. "No entanto, ainda é cedo para falarmos em anúncio oficial sobre a fábrica", esclarece a assessoria.
Vendas em baixa
A marca vem sofrendo baixas nas vendas desde que o governo aumentou em 30 pontos percentuais o IPI para veículos importados. O Picanto, por exemplo, ficou R$ 5 mil mais caro depois da alta, perdendo a competividade perante os concorrentes. Em 2012, as vendas caíram mais de 40% em relação a 2011, com 41.163 unidades registradas.
Com o auxílio do programa Inovar-Auto, que dá desconto no IPI para as montadoras que se comprometem a investir no Brasil, a marca poderá reajustar sua tabela de preços para baixo.

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